26 outubro 2008

Revolução Cuba

Mapa das Américas

Mapa de Cuba


A República de Cuba é atualmente o único Estado socialista das Américas.
Cuba foi uma colônia espanhola até 1898, quando houve a guerra entre Espanha e EUA. Até 1902, Cuba foi dependente dos EUA, após essa data passou mais trinta e um anos como protetorado estado-unidense.


Cuba e a guerra entre Espanha e E.U.A. em 1898

A rebelião de 1895, instigada em Cuba pelo patriota José Martí contra o domínio colonial espanhol, teve a adesão imediata da opinião pública norte-americana por entenderem-na como uma guerra justa, favorecendo aqueles políticos e jornalistas que há muito pregavam a necessidade dos Estados Unidos anexarem a bela ilha caribenha, terra do açúcar e do tabaco, aos interesses norte-americanos. Tudo isso fez com que os Estados Unidos se envolvessem na sua primeira guerra fora do território continental: a guerra de 1898 contra o império espanhol.

As ilhas de Cuba e de Porto Rico, situadas no Caribe, eram os últimos vestígios do império espanhol no continente americano. Findava o século XIX e a rica e estratégica ilha de Cuba ainda não havia conseguido obter sua independência. Mas em 1895, graças ao esforço de um dos mais notáveis libertadores latino-americanos, José Martí, e sua conclamação à luta feita pelo grito de Baire, iniciara-se a batalha final. Denominado "El Apostol", Martí, a verdadeira alma do movimento por uma república cubana, era um hábil jornalista, incansável orador, fundador e organizador do Partido Revolucionário Cubano, arma política da emancipação da ilha. Apesar dele ter sido mortalmente ferido logo no início do levante antiespanhol, a rebelião dos mambises, como os rebeldes nacionalistas se chamavam, teve prosseguimento por meio de uma tenaz luta guerrilheira. Após a morte de Martí, a chefia militar dividiu-se entre os generais Gómez e Maceo, em cujas filas lutavam negros e brancos, armados por expedições piratas saídas dos Estados Unidos e que a marinha espanhola não conseguia interceptar. Nesta guerra, tornaram-se célebres os métodos repressivos aplicados pelo general Valeriano Wyler, que não hesitou em criar campos de concentração para isolar a guerrilha do seu apoio social.

Quando a guerra contra os rebeldes cubanos já entrava em seu segundo ano, o governo do ministro espanhol Sagasta destituiu o general Wyler e deu a Cuba um governo autônomo, o que desgastou a facção dos unionistas, que não desejavam a separação com a Espanha. A confusão reinante no país serviu como pretexto para que o presidente dos Estados Unidos, McKinley, enviasse para Havana o encouraçado Maine para "proteger as vidas e propriedades americanas", fazendo com que o envolvimento do seu país no conflito fosse cada vez mais intenso.

A cobiça americana pela ilha de Cuba

A idéia de que a ilha de Cuba, "a pérola do Caribe", era uma espécie de prolongamento do litoral norte-americano, um quase quintal dos interesses nacionais, já fazia parte do jingoísmo americano pelo menos há mais de meio século. Senão desde os tempo em que Thomas Jefferson, por volta de 1803, tentou comprar a ilha do governador espanhol local. O New York Sun, em 1847, afirmava ser a ilha não só "o jardim do mundo" como "a chave do Golfo". Para os Knights of the Golden Circle (Os Cavaleiros do Círculo Dourado), uma associação secreta sulista, organizada em 1854, a ilha era apenas uma peça no sonho deles de construir um império caribenho que abarcaria além naturalmente dos estados sulistas dos Estados Unidos, a anexação da maior parte do território do México, o Caribe, a América Central, incluindo até a Venezuela e a Colômbia. Tratava-se de uma vastíssima extensão de terras, dominada por grandes proprietários voltados todos à exploração de um reino escravocrata, dedicado à produção do tabaco, açúcar, do arroz e café.


E, no transcorrer do século XIX, muitos membros da oligarquia cubana viam nos Estados Unidos um sólido protetor da manutenção da escravidão e da monocultura açucareira, onde estavam investidas suas fortunas. Assim, se a Espanha tentasse abolir a ordem vigente, ameaçavam solicitar a anexação da ilha por parte dos Estados Unidos. Foi com tristeza que assistiram à derrota dos confederados na guerra civil, pois com eles naufragava a possibilidade da perpetuação da escravidão em Cuba.


A corajosa luta dos revolucionários cubanos para obterem sua independência colheu imediata simpatia junto à opinião pública norte-americana. No entanto, esta simpatia terminou sendo canalizada por grupos jingoístas liderados principalmente por Theodore Roosevelt e pelo dono de uma cadeia de jornais da imprensa marrom W. R. Hearst. Estes viram na rebelião a possibilidade dos Estados Unidos controlarem não apenas a ilha de Cuba, mas todo o Caribe.
Certamente pesara na adoção da política intervencionista o aumento dos interesses norte-americanos em Cuba, onde cerca de 50 milhões de dólares estavam investidos no açúcar e em indústrias extrativas, sendo que o comércio, já em 1893, ultrapassava a marca de 100 milhões de dólares, fazendo com que os mais variados negócios e interesses de navegação dependessem dele3. Era a grande oportunidade. O governo McKinley rapidamente avançou para posições mais belicosas.

Em setembro de 1897, o presidente norte-americano havia oferecido seus bons ofícios para pacificar a ilha. No entanto, a explosão do Maine, que estava ancorado na baía de Havana, em 15 de fevereiro de 1898, tornou a situação inconciliável. Como sempre ocorre nessas ocasiões, a tragédia que engolfou o encouraçado serviu como faísca para uma explosão belicista por parte da opinião pública norte-americana. As 260 vítimas da catástrofe foram servidas numa grande travessa para o jantar dos jingoístas de Washington. Era preciso vingá-las! Mesmo com a oposição do presidente McKinley, o confronto passou a ser inevitável, fazendo com que este terminasse por enviar a mensagem de guerra ao Congresso. O ato provocou grande regozijo nacional, pois a campanha contra a Espanha era vista como uma generosa dádiva do "império benéfico" para com o sofredor povo cubano. Como resultado deste estado de espírito, foi aprovada a emenda Teller, pela qual os Estados Unidos renunciavam a "qualquer intenção ou disposição de exercer soberania, jurisdição ou controle sobre a dita ilha". Atendendo ao apelo para a convocação militar, duzentos mil voluntários se apresentaram, dos quais apenas 18 mil foram realmente empregados. A campanha foi curta e vitoriosa, durando ao todo menos de oito meses. Desembarcadas nas ilhas, as forças norte-americanas passaram rapidamente à ofensiva, derrotando as esquálidas forças ibéricas em Las Grasimas, El Caney e San Juan, onde Roosevelt chefiou seus "Bravos Cavalheiros" numa carga que lhe abriu as portas da Casa Branca.
A esquadra americana, por sua vez, pôs a pique o que restava da força naval espanhola na Baía de Santiago em 19 de maio de 1898. A fuga do almirante Cervena a nado encerrava com um melancólico epitáfio, o domínio espanhol na região, domínio que se estendera por mais de quatrocentos anos desde a chegada da esquadra de Colombo em 1492.
Pouco mais de cem dias após a declaração de guerra, o Presidente McKinley ditava a paz com a Espanha, em 30 de julho. Posteriormente, pelo Tratado de Paris, a Espanha renunciava a Cuba, Porto Rico e Filipinas. O velho império espanhol cedia seu lugar ao novo imperialismo.


Cuba e Porto Rico a um passo da recolonização

Quanto a Cuba em si, terminaria por confirmar os temores de Martí, que sustentava que um país que tem sua base econômica num só cultivo se vende a si mesmo como escravo. Situação concreta, ressaltada em 1901 pela Emenda Platt à Constituição cubana, pela qual se concedia aos Estados Unidos o direito de intervir nos assuntos internos da nova república, negando à ilha, bem como à vizinha ilha de Porto Rico, a condição jurídica de nação soberana. Para não pairar dúvidas sobre a situação que Cuba se encontrava depois da Guerra Hispano-americana, as autoridades militares ianques nem se deram ao trabalho de convidar os chefes dos guerrilheiros cubanos que haviam lutado pela independência, ombro a ombro com eles, para a cerimônia da rendição dos oficiais espanhóis, em Havana. O destino final desta "revolução frustrada" de Martí se fez pela revolução fidelista sessenta anos depois, tendo como objetivo a redenção da soberania econômica e política de Cuba.

Che Guevara: vida e morte de um revolucionário, na sua luta em Cuba: a guerrilha: 1956-9

A Cuba dos anos cinqüenta era uma semicolônia norte-americana. Sua luta pela Independência, iniciada em 1895, provocara a intervenção dos ianques que derrotaram a Espanha, na guerra de 1898, fazendo com que a ilha se tornasse um prolongamento dos seus interesses no Caribe. A agricultura era quase que exclusivamente dedicada ao açúcar, que representava 50% da safra e 80% das exportações. Um em cada cinco cubanos dependia da cana-de-açucar. Quase todas as usinas eram americanas e os Estados Unidos absorviam a metade da sua produção.

A pseudoindependência que obtivera, especialmente depois da rescisão da Emenda Platt, em 1934, não alterou o perfil monocultural da sua economia. Muito do nacionalismo extremado dos cubanos, manifestado pela radicalidade dos acontecimentos a partir de 1959, deve-se a essa situação de dependência.. Mantinham uma relação de respeito e ódio pelos americanos. Quando Fidel Castro se insurgiu, ele reivindicava o retorno à constituição democrática de 1940 que havia sido aviltada pelo golpe militar de Batista. Não cogitava nenhum tipo de revolução social, muito menos converter a ilha num regime comunista.

O Granma, ao se aproximar do litoral cubano, em 2 de dezembro de 1956, encalhou. Os insurgentes perderam grande parte do material. O pior, porém, ainda estava por vir. Dias depois foram pegos numa emboscada pelo exército do ditador em Alegria del Pio. Quase foram dizimados. Menos de vinte homens sobreviveram para chegar ao alto da Sierra Maestra para juntar-se a Fidel Castro e dar inicio ao combate.
Foi nessa ocasião que Guevara, agora chamado definitivamente de Che, deixou de ser médico para tornar-se guerrilheiro. Em pouco tempo mostrou-se extremamente capaz de comandar homens e, apesar de ser estrangeiro, ganhou a admiração e respeito dos cubanos. Fidel Castro conseguiu não só sustentar-se no alto da Sierra como articular-se politicamente com a maioria das forças oposicionistas contra Batista. Até a simpatia da opinião pública americana ele atraiu ao mostrar-se um jovem idealista lutando contra uma ditadura corrupta latino-americana. Depois do fracasso de várias tentativas de liquidá-lo, feitas pelo exército e pela aviação de Batista, feitas em 1957-8, Fidel deu ordem a que duas colunas de guerrilheiros se lançassem na ofensiva. Uma era liderada por Camilo Cienfuegos e a outra por Che Guevara. O acontecimento mais espetacular se deu quando Che Guevara tomou Santa Clara, a penúltima cidade antes de chegar-se à capital. Ao saber da queda da capital provincial, Batista fugiu de Cuba no dia 1º de janeiro de 1959. Uma semana depois, após uma marcha triunfal, Fidel Castro entrou em Havana. Aparentemente um milagre ocorrera. Um pequeno grupo de gente decidida havia derrotado um exército apoiado por Washington.

O comprometimento de Fidel Castro em favorecer os camponeses que aderiram à Revolução fez com que ele se lançasse na Reforma Agrária, que se tornou dali em diante a fonte dos atritos com os proprietários de terra e com as empresas norte-americanas, naturalmente, com as classes médias que começaram a exilar-se em Miami. A lª Lei da Reforma Agrária foi promulgada em maio de 1959, seguida de uma série de outras que culminaram em 1964, expropriando as grandes fazendas e usinas. Em represália, os americanos cortaram o fornecimento de petróleo para a ilha de Cuba. Fidel Castro reagiu importando-o da URSS. As refinarias americanas negaram-se a refiná-lo. Fidel Castro expropriou-as.

Em pouco tempo a guerra econômica transformou-se numa guerra de fato. O governo americano decidiu depor Fidel Castro. No dia 15 de abril de 1961, cubanos exilados, treinados pela CIA, desembarcaram na Praia Girón, vindos da Nicarágua. Foi um fracasso. Fidel Castro conseguiu cercá-los, levando 1.180 invasores à rendição.

Che Guevara, que tornara-se comandante da fortaleza La Cabaña, onde seguramente mais de 500 seguidores da ditadura de Batista haviam sido fuzilados, não tomou parte diretamente nos acontecimentos da Praia Girón. Um ano antes, em 1960, ele aprontara um pequeno livro que iria ter largas e desastrosas conseqüências políticas na vida futura latino-americana: “A Guerra de Guerrilhas” (La guerra de guerrillas). Baseado na experiência cubana, afirmava que um grupo decidido, representando “as forças populares”, poderia vencer um exército convencional. Não seria necessário esperar que ocorressem “as condições gerais objetivas” para isso. Se uma vanguarda armada se instalasse na zona rural e recebesse apoio dos camponeses, ela seria a faísca que incendiaria o país. Era uma espécie de maoismo adaptado à América Latina. Guevara caiu numa ilusão voluntarista na qual o exemplo cubano, que, na verdade revelou-se uma exceção, poderia ser aplicado universalmente, pelo menos entre as nações do Terceiro Mundo. Tinha certeza de que o que ocorrera em Cuba era o surgimento de uma vanguarda que iluminava o caminho da revolução para todo o resto. Para ele “a revolução pode ser feita, no momento certo, em qualquer lugar do mundo.... Até em Córdoba pode-se fazer uma guerrilha”. Dessa forma lançou a chamada teoria do foco revolucionário, ou foquismo, que, posteriormente foi desenvolvida, com maior acabamento teórico, num livro de Régis Debray “A Revolução na revolução” (La révolution dans la révolution), de 1967.

Che foi nomeado presidente do Banco Nacional de Cuba e depois Ministro da Indústria. Sua mentalidade econômica, inspirada no modelo soviético da época de Stalin, era extremamente centralizadora, concretizada no seu Sistema Orçamentário, onde as atividades das empresas estatais seriam regidas por um controle único. Isso tornou-se fonte de divergências com Raul Castro e outros técnicos soviéticos que começaram a chegar a Cuba, e que defendiam um sistema de maior independência empresarial, conjugada com estímulos materiais. Técnicos esses que cada vez tinham maior ascendência conforme a ilha se atritava com os E.U.A. Che imaginava possível escapar, com auxilio dos países do Bloco Socialista, da “maldição do açúcar”. De poder tornar Cuba industrialmente auto-suficiente. O que se revelou impraticável. Em 1964 os cubanos assinaram um tratado com os soviéticos, atrelando a ilha de volta à produção de cana. Outro ponto de atrito foi a questão dos estímulos materiais. Che, como quase todo idealista, acreditava que as pessoas deveriam trabalhar apenas motivadas por estímulos morais. A dedicação à causa, o amor ao coletivo e o espirito de solidariedade seriam os combustíveis básicos da nova sociedade. Expressou esse sentimento num ensaio chamado “O socialismo e o homem novo em Cuba” (El socialismo y el hombre nuevo en Cuba), publicado em 1965, onde defendia que o processo de transição para o socialismo deveria ser acompanho por uma mudança psicológica e moral: o surgimento de um homem novo desprendido do interesse material. Para tanto “a sociedade em seu conjunto deveria converter-se numa grande escola”.

Che decepcionou-se com os soviéticos em duas ocasiões. A primeira foi durante a gravíssima crise dos mísseis, de outubro de 1962, quando Krushev, o 1º Ministro da URSS, evitando um enfrentamento direto com o governo Kennedy, que poderia redundar numa guerra nuclear. Sem consultar Fidel, o líder soviético aceitou retirar os mísseis que ele instalara secretamente em Cuba, a pretexto de defendê-la contra uma eventual ataque americano. E, a outra, quando discursou em Argel, em 1965, criticando o Bloco Socialista, liderado pelos soviéticos, de impor regras comerciais que não se diferenciavam dos países capitalistas. Além disso, o rumo interno cada vez mais liberalizante da sociedade soviética que se somava à política da “coexistência pacífica” com o capitalismo, proposta por Krushev, soava aos ouvidos de Guevara, como aos chineses de Mao Tse-tung, como o abandono da causa da revolução. Ora, na medida em que Cuba, cada vez mais dependia para a sua subsistência das suas relações com a URSS, a posição de Che Guevara ficou insustentável.


Baía dos Porcos
Entre 17 e 21 de Abril de 1961, cerca de 1500 exilados cubanos recrutados, patrocinados e treinados pela CIA dos Estados Unidos tentaram uma invasão frustrada na Baía dos Porcos.

Crise dos mísseis de Cuba
Devido a aproximação das relações do regime cubano com a URSS, que estava em plena Guerra Fria com os EUA, assiste-se a um aumento de tensão entre os países provocado pelo apoio militar declarado pela URSS. Khrushchev decide implementar secretamente um conjunto de mísseis soviéticos em Cuba. Perante a possibilidade de Cuba possuir armas nucleares, de origem russa, que ameaçariam os EUA - Kennedy , presidente dos Estados Unidos, pondera invadir a ilha ou bombardear as rampas de lançamento (dos mísseis). Opta, no entanto, por decretar um embargo naval à ilha o que impede os cargueiros russos de chegar a Cuba. Khrushchev acaba por ceder e afirmar que retira a sua pretensão de possuir mísseis em território cubano.

Embargo econômico
Inconformados com a expropiação de corporações americanas e de terras rurais de posse de americanos na ilha castrista sem indenização primeiramente, depois com o fracasso da operação na Baía dos Porcos (1961), os Estados Unidos impuseram um embargo econômico a Cuba, ameaçando cortar relações com qualquer país que fizesse comércio com Cuba. Foi quando a União Soviética entrou em cena, comprando os produtos que seriam exportados caso não houvesse embargo. Isso causou desespero aos americanos, pois ter um país, durante a guerra fria, sob a órbita de influência soviética a 120km de distância era intolerável. Os EUA mantêm o embargo econômico à Cuba até hoje, alegando desrespeito contínuo de direitos humanos pelo regime castrista.

Abertura dos mercados
Com o fim da União Soviética, Cuba acabou por reabrir economicamente o país para o mundo, pois já não dispunha mais do subsídio e sua economia estava em declínio. Porém, dada a força do bloqueio econômico estado-unidense, o país vive isolado economicamente, passando por muitas dificuldades.




Fidel Castro


Político cubano (1926-). Lidera a Revolução Cubana em 1959 e, desde então, governa o país. Filho de um rico fazendeiro espanhol, Fidel estuda Direito e começa a se destacar na política em manifestações contra o ditador Fulgêncio Batista. Como advogado, defende gratuitamente camponeses, operários e prisioneiros políticos. É preso em 1953, depois de uma tentativa de golpe, e condenado a 15 anos de prisão. Anistiado em 1958, vai para o México onde arquiteta um novo golpe contra Batista. Volta a Cuba e instala um quartel rebelde em Sierra Maestra. Em dois dias de luta contra o exército, derruba o governo e toma o poder. Grande orador, ganha apoio da população insatisfeita com o ditador.
Inicialmente sem clara definição ideológica, o movimento rebelde era famoso simplesmente por querer derrubar a ditadura de Batista. À medida que seu governo toma rumo socialista, com grande influência do argentino marxista Che Guevara, Fidel se opõe também aos Estados Unidos, que decretam o bloqueio comercial ao país em 1960 e rompem relações diplomáticas em 1961. Isolada do Ocidente, Cuba passa a depender economicamente da União Soviética e transforma-se definitivamente em um país de regime socialista.
Com o colapso da União Soviética, Fidel admite a necessidade de reformar a economia cubana, devastada por uma longa e persistente crise, e adota procedimentos clássicos de regimes capitalistas, especialmente a formação de joint ventures com empresas estrangeiras. Mesmo assim, declara à imprensa em dezembro de 1994 que não pretende transformar Cuba numa democracia de estilo ocidental.


Crise dos mísseis
A crise do mísseis consistiu em um enfrentamento entre as duas superpotências, Estados Unidoes e URSS, quando esta última decidiu instalar mísseis nucleares em Cuba. Os EUA efetuaram um bloqueio naval a ilha e a URSS desistiu e voltou atras.
Mediante o “Plano Mangosta” se dispôs uma sucessão de operações de agressão que não descartava a intervenção militar direta.
Isto conduziria a uma grave crise internacional no mês de outubro de 1962, ao conhecer a instalação de foguetes soviéticos na Ilha.
Os compromissos mediantes os quais se deu solução à crise, não puseram fim às praticas de agressão dos Estados Unidos.







Bibliografia


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Löwy, Michael - El pensamiento del Che Guevara - México, Siglo XXI, 1978, 9ª ed.

Mires, Fernando - La rebelión permanente: las revoluciones sociales en America Latina, México, Siglo XXI, 1988

Rojo, Ricardo - Meu amigo Che, Rio de Janeiro, Editora Civilização brasileira, 1968

Taibo, Paco, e outros - O ano que estivemos em lugar nenhum - São Paulo, Editora Escritta, 1997

Thomas, Hugh - Cuba, Barcelona-México, Ediciones Grijalbo, 1973, 3 vols.

Szulc, Tad - Fidel: um retrato crítico - São Paulo, Editora Best seller, 1987


Citações:

1 CARR, R. España (1808-1939). Barcelona. Ariel, 1979, p. 369.
2 THOMAS, H. Cuba. Barcelona: Grijalbo. V.I, p. 289 e segs.
3 MORRISON & COMMAGER. Op. cit., p. 450.
4 HOFSTADER, R. Cuba, Philippines and Manifest Destiny. In: The Paranoid Style in American Politics. Nova York: Randon House, 1967, p. 145 e segs.
5 CARR, R. Op.cit. p. 369, também em Beard, C & M. História de la Civilizacion de los Estados Unidos de Norte América. Buenos Aires: Kraft, v. IV, p. 13.

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